Religião, uma responsabilidade...

Ter uma casa de religião, fazer religião ser de religião de matriz e ordem africana tem suas benesses e suas responsabilidades. Tudo e bem complicado e tem seu bônus e seu ônus, precisamos entender isso acima de tudo. E saber que cada caso é único, cada ser humano vem com a sua história peso e medida, tendo isso como base podemos citar alguns dos tópicos acima:
Ser de religião: Todos podem ser. Salvo: “Os critérios de conduta e respeito acima de tudo” mais são poucos que tem a missão de ser um sacerdote, muitos se batizam por doença ou problemas pessoais e tomam para si esta forma de ver a espiritualidade, geralmente são os médiuns de apoio, que com certeza tem suas responsabilidades deveras serias assim por dizer e de grande peso em uma casa de santo. Outros só estão na casa de santo buscando vantagens, amorosas e financeiras, outros apenas cuidando de sua saúde. Todos têm seu espaço e seus deveres e não podemos desmerecer ninguém e compreender o talento de cada um, tendo cada filho seu peso e medida em uma casa de santo. Elevar a imagem e nome dos Orixás com dignidade e apreço através de seu comportamento social e emocional.

Fazer religião: Cabe a estes a responsabilidade de cuidar da cozinha de santo e aprender os mistérios que rondam cada axé e sua força. Mais nem sempre tem a missão de serem sacerdotes, mais cabem a eles estarem atentos, observando, amparando...São os alicerces de uma casa de santo, estes além de trabalhar para seu sustento e cuidar de suas vidas, tem como critério cuidar também da casa de santo, são os eternos guardiões, acredito com minha experiência que estes filhos detém uma missão tão árdua como a do sacerdote. São os mais cobrados e deles exigidos um padrão de comportamento quase imaculado, tanto quanto são os pais e mães de santo.


Ter uma Casa Santo: Esta é sem dúvida umas das maiores tarefas, carregada de todos os tipos de alegrias e tristezas, magoas e ressentimentos, pois em sua porta batem os bem-intencionados,  mais também os desprovidos de caráter e honestidade e é bom dizer que os conturbados e maledicentes são os que mais procuram uma casa de santo em busca de resolver suas frustrações gerais, mais dificilmente com amor no coração. Nestes meus 22 anos de caminhada muita injustiça já presenciei para com os BàBás e Yás de santo, muitos mereciam mais muitos não. Ter uma casa de santo é saber que sua vida pessoal, lazer social sempre irá ficar para depois, pois ser sacerdote não é profissão e sim vocação. Viver do milho torrado é outro peso que carregamos, pois somos estigmatizados como exploradores ou aproveitadores, por pessoas sem o mínimo de noção literária e pratica do que é ser um sacerdote e a responsabilidades que carregamos. Devido a nossa total aceitação de todas a classes sexuais e sociais, nos tornamos um alvo fácil. É necessário que busquem fazer sempre uma avaliação de quem entra em sua casa, e mesmo com todos os critérios colocados, possivelmente vamos nos deparar com a veia teatral dos incrédulos e aproveitadores da boa-fé. Este pequeno relato mostra um pouco do que é ter uma casa de santo. Fiquem atentos, “Orai e vigiai, pois, os inimigos não dormem “mais aceitem a cruz que Deus lhe reservou, com altruísmo, força e fé! Axé para todos, Mãe Moça de Oxalá.

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